terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A história de Luna Dunna Lovegood, mais conhecida como Luninha TPM




Em abril de 2012, mamis perdeu o Jet (o primeiro filho) e o Gato (o segundo) em uma tacada só. Ela sempre pensou na morte deles como algo distante e concluia: assim que um morrer, adoto outro, pela lógica matemática de ajudar outro animal. Se ela estava feliz (e eles também) e conseguia lidar com 5 ou 6 animais, iria continuar assim. E foi nessa lógica que resolveu adotar a Luna, quando ela ainda era Dunna: pra preencher uma vaga de espaço físico.

Em novembro de 2011 uma moça encontrou a Dunna com quatro filhotes, no Ribeirão da Ilha (Floripa). Ela acabou pegando dois filhotes, uma amiga ficou com outro e um sumiu. Então a tia Pri acabou assumindo a mamãe Luna, pois estava com leite empedrado e, mais tarde, descobriu-se tumores nas mamas. Foi feita uma cirurgia para tirar toda a cadeia mamaria de um lado e depois, mais tarde, tirou mais uma mama do outro, castrou e fez mais uma cirurgia reparatória, já que a primeira foi bem agressiva. Luna é a prova viva de que ter crias nada tem a ver com prevenção de câncer, como diz uma lenda bem antiga e sem fundamento nenhum. Castrar, sim, evita. 



Antes da cirurgia (lá na Pri) / Depois da cirurgia, marcas eternas (aqui em casa já)


E foi colocada pra adoção. A tia Pri contou que todas pessoas que ligavam, quando sabiam que ela teve os tumores ou viam as cicatrizes, desistiam. Então uma moça que morava em um apê a adotou e devolveu em 3 dias, sem maiores explicações. Em uma próxima, a família tinha coelhos e imagina? Dunna os caçou vorazmente, não deu certo.

Até que (desde o resgate, operações, castração, hospedagens), 8 meses depois, mamis olha pra essa fotinho sorrindo no cartaz aí em cima e se apaixona, mesmo sem muita certeza que estava emocionalmente preparada pra adoção. Luna ficava num abrigo com cerca de 30 cães e odiava a superpopulação.

Mamis conversou com a tia Pri, que veio trazer ela aqui em casa num domingo e, desde a primeira vez que a Pupi viu a Luna, já a adotouc. Veio toda bobona balançando rabo e lambendo. Aí soltaram a Nana, que veio como um foguete pra mordê-la. A Pupi jogou a Nana no chão na hora, que entendeu e respeitou. Foi incrível! Não precisaram interferir em nenhum momento. Soltaram o Zorro, que foi cheirar ela normalmente, mas a Pupi ficou se metendo entre os dois. E o Jorge, né, vivia no seu mundinho particular, ignorando o fato de ter um membro novo na família. No começo ela ficou insegura, é claro, e esperava no portão a Pri voltar (ô, dó), chorandinho. Mas com o tempo Luna ganhou confiança, irmãos que ela manda e desmanda, um pai humano babão e uma mãe que a ama demais. Tudo isso me contaram, pois nessa época eu ainda não era do clã. 





Hoje em dia Luna é mais reservada com os humanos: aceita bem quase todos, desconfia de alguns e tenta morder umas canelas quando tem certeza de que não prestam :P Mas ela é tipo bem mimada, a única permitida em cima da cama, e ama mesmo 3 humanos no mundo: mamis, papis e tia Pri. Não gosta de ir em lugares que não conhece: somente ao Bredog e nossa casa mesmo.

Depois disso foi muita alegria. Uma cadela adulta, educada dentro de casa (não rói nada, só faz necessidades fora, fica quietinha quando precisam etc) e um foguetinho no quintal. Brinca, brinca, até cansar. A Nana que a odiava agora é a que mais brinca (depois de mim, claro). Um doce e uma espoleta ao mesmo tempo! 





Agora o depoimento da mamis, sobre o sentimento dela na época dessa adoção:

No começo senti muita, mas muita culpa por ter adotado Luna. Não, ela não tem nada a ver com isso, ela é um amor. Mas eu me sentia culpada, comparando tudo que ela fazia ou não fazia com o Jet. É complicado, mas sinto que a cada dia vai passando, ficando mais leve, menos dolorido. Como eu disse, o intuito era ajudar um cão, uma protetora e não substituir o Jet, jamais. Impossível! E o Gato, muito difícil de pensar o quanto sentirei saudades dele e de conviver com outro felino também (meus cães não aceitam outro gato).

Mas culpa é uma coisa que a gente tem que treinar a não sentir, né? Já que, racionalmente, isso não faz sentido. E com a alegria que ela trouxe pra essa casa, esse sentimento está cada vez mais raro. Um anjo de luz aqui comigo (cinco, né?) e dois lá no céu. Que me trouxeram e me trazem infinitas alegrias! 





A Luna foi uma das responsáveis pela minha entrada na família também. Logo que a mamis me viu na rua, começou a cuidar de mim e levava a Luna junto pra gente brincar. Depois eu ficava lá grudado no portão, a namorando, mas não me deixavam entrar. Então fizeram uma campanha no instagram da mamis pra abrir o portão pra mim. Não foi exatamente por isso que entrei, mas foi uma das partes contribuintes :) 




Atualmente, a Luna é minha maior companheira entre meus irmãos. Nós dois brincamos e brigamos muito, mas é coisa de irmão. No fim ela sempre vence e eu amo muito essa baixotinha nervosa :) 


Fotos: natbrasil.com e arquivo pessoal